PRONTUÁRiO
TRIBUTO
Durante
mais de sessenta anos, Joe Kubert (1926-2012) consagrou-se entre os
maiores artistas dos quadradinhos americanos. Sagas populares como
Hawkman,
Sgt
Rock,
Enemy
Ace,
Tarzan,
The
Green Berets
e, mais recente, o perturbante Fax
From Sarajevo,
consumaram um justo prestígio junto dos leitores e dos seus pares.
Em 2010, os DC Comics evocaram o lendário Tor,
na versão celebrada por Joe Kubert, durante a década de ’50 do
século passado, incluindo One
Million Years Ago e
3-D
Comics.
A propósito, Joe Kubert explica o processo utilizado na ilustração
tridimensional.
Tor
é o símbolo do ser humano errático e solitário... Ou melhor,
acompanhado apenas por Chee-Chee, um simpático e leal macaco,
tentando sobreviver num mundo selvagem, adverso - dominado por
perigosos dinossauros, terríveis desastres naturais e tribos
primitivas. Joe Kubert concilia um grafismo propício, aparentemente
tosco, ao seu peculiar estilo dinâmico.
CALENDÁRiO
1926-12AGO2012
- Joseph Kubert, aliás Joe Kubert: Ilustrador e criador americano de
banda desenhada, relevantemente ligado aos DC Comics, fundador da Joe
Kubert School of Cartoon and Graphic Art (1976), e distinguido pelo
Harvey Award’s Jack Kirby Hall of Fame (1997) - «Nunca sonhei que
o meu trabalho pudesse ser apreciado para além do meu bairro.
Entreguei-me a ele, porque adorava o que fazia. Gostava de ver as
personagens brotarem no meu espírito e, depois, adquirirem forma
gráfica e pictórica. Mais tarde, apercebi-me de que havia pessoas
em todo o mundo que também ficavam sensibilizadas».
IMAG.70-241-385
1925-15AGO2012
- Henry Maxwell Dempsey, aliás Harry Harrison: Escritor americano de
ficção científica, autor de À
Beira do Fim - «Desde muito
cedo, fui seu admirador… Gosto muito quer dos seus romances, quer
das suas histórias. Tenho todos os seus livros!» (Neil Gaimon).
1939-16AGO2012
- Scott Philip Blondheim, aliás Scott McKenzie: Cantor americano,
intérprete de San Francisco
(1967) - «…Fico espantado como, tantos anos depois, continua a
evocar sonhos nos corações e a estimular emoções nos espíritos
das pessoas em todo o mundo» (2002).
VISTORiA
Mater
Dolorosa
Quando
se fez ao largo a nave escura,
na
praia essa mulher ficou chorando,
no
doloroso aspecto figurando
a
lacrimosa estátua da amargura.
Dos
céus a curva era tranquila e pura;
das
gementes alcíones o bando
via-se
ao longe, em círculos, voando
dos
mares sobre a cérula planura.
Nas
ondas se atufara o Sol radioso,
e
a Lua sucedera, astro mavioso,
de
alvor banhando os alcantis das fragas...
E
aquela pobre mãe, não dando conta
que
o Sol morrera, e que o luar desponta,
a
vista embebe na amplidão das vagas...
Gonçalves
Crespo
e
tu,
vais-te embora? vais-te embora?...
não,
não te vais embora: fico contigo…
deixas-me nas mãos a tua alma,
como um casaco.
vais-te embora? vais-te embora?...
não,
não te vais embora: fico contigo…
deixas-me nas mãos a tua alma,
como um casaco.
Marguerite
Yourcenar
(Tradução
de Graça Morais Sarmento)
MEMÓRiA

1846-11JUN1883
- António Cândido Gonçalves Crespo: Poeta e jurista português,
nascido no Brasil - «Quando à noite contemplo taciturno / estas
contas antigas, o rosário / das minhas orações, / vejo em
minh'alma o poema legendário / dos velhos tempos das longínquas
eras / de santas devoções.» (O
Rosário - excerto).
IMAG.74-119
1907-13JUN1993
- Hermínia Silva: Fadista e actriz portuguesa - «O meu fado foi
sempre de revista, de teatro». IMAG.150-371
15JUN1843-1907
- Edvard Grieg: Compositor norueguês - «E porque não lembrar a
sensação maravilhosa, quase mística de, pela primeira vez,
estender os braços até ao piano, e começar a criar? Não uma
melodia, ainda longe disso!». IMAG.163-367
15JUN1923-2012
- Erland Josephson: Actor sueco do teatro e do cinema, director
artístico do Real Teatro Dramático de Estocolmo, favorito de Ingmar
Bergman - «Éramos muito ligados. Tivemos uma vida divertida,
interessante e emocionante. Ele foi decisivo na minha carreira».
IMAG.399
ANUÁRiO
1783
- Incumbido pela Rainha D. Maria I, o naturalista Alexandre Rodrigues
Ferreira (1756-1815) de empreende uma viagem
filosófica pelo Centro-Norte
do Brasil - a qual demorou nove anos, percorrendo as capitanias de
Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá - a fim de «descrever,
recolher, apontar e remeter para o Real Museu de Lisboa amostras de
utensílios utilizados pela população local, bem como minerais,
plantas e animais». IMAG.187
INVENTÁRiO
Coleção
Alexandre Rodrigues Ferreira - Biblioteca Nacional - Brasil
Alexandre Rodrigues Ferreira nasceu na Bahia em 27 de abril de 1756 e faleceu
em Lisboa em 23 de abril de 1815. Foi indicado por Domingos Vandelli
e nomeado em 1778 pela Rainha D. Maria I, para chefiar a comissão
científica encarregada de empreender viagem pelas capitanias do
Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá.
A
Expedição Filosófica partiu do porto de Lisboa em 1 de setembro de
1783, levando, entre outras pessoas, os riscadores José Joaquim
Freire e Joaquim José Codina, e o jardineiro botânico Agostinho
Joaquim do Cabo. A expedição chegou a Belém em 21 de outubro de
1783 e durou nove anos. A partir dela foram gerados vários trabalhos
e anotações sobre a região amazônica, registrando informações
sobre a fauna, flora e seus habitantes.
Após
a morte de Alexandre Rodrigues Ferreira, organizou-se uma relação
de seus manuscritos e papéis. Esta relação e os manuscritos foram
entregues, por ordem do Visconde de Santarém a Félix de Avelar
Brotero em 5 de julho de 1815 para que ficassem sob a guarda e
conservação do Real Museu d’Ajuda. A documentação permaneceu no
Museu até o ano de 1838, quando foram transferidos para a Academia
Real de Ciências, a fim de que Manoel José Maria da Costa e Sá,
por ordem da mesma Academia, desse seu parecer para a publicação
das obras concernentes à viagem filosófica de Alexandre Rodrigues
Ferreira pela América Portuguesa no final do século XVIII. A
publicação não se concretizou e os documentos se dispersaram entre
várias instituições e colecionadores.
O
acervo da Biblioteca Nacional que compõe a Coleção Alexandre
Rodrigues Ferreira chegou à instituição em diversas épocas e
através de diferentes pessoas e instituições. A coleção se
constitui de documentos produzidos durante a Viagem Filosófica, além
de outros adquiridos por Alexandre Rodrigues Ferreira para auxiliar
seus estudos. Constam também sua correspondência e documentos
produzidos por terceiros sobre ele e sua expedição. Existem hoje,
nesse acervo, 191 documentos textuais e aproximadamente 1.500
desenhos, representando, em sua maioria, a botânica e a fauna do
Brasil no século XVIII.
Em
1876, Alfredo do Vale Cabral, bibliotecário desta instituição
realizou um trabalho de mapeamento dos registros manuscritos e
iconográficos produzidos pela Expedição Filosófica de Alexandre
Rodrigues Ferreira pelo Brasil. Esse trabalho, publicado nos Anais da
Biblioteca Nacional nos volumes 1, 2, e 3 serve, ainda hoje, como
principal fonte de referência para aqueles que desejam conhecer
melhor a produção documental realizada pelos cientistas da Real
Expedição Filosófica ao Brasil. Graças a um financiamento da
Fundação Vitae todos os manuscritos da Coleção Alexandre
Rodrigues Ferreira da Biblioteca Nacional foram restaurados,
encadernados e microfilmados e as estampas fotografadas e
digitalizadas.
Muniz
Sodré
BREVIÁRiO

Orfeu
edita em CD, Eu Vou Ser Como a
Toupeira de José Afonso
(1929-1987). IMAG.6-119-170-237-269-328-421
Quetzal
edita Três Tristes Tigres de
Guillermo Cabrera Infante (1929-1953); tradução de Salvato Telles
de Menezes. IMAG.28-303-407
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