quinta-feira, agosto 31, 2017

IMAGINÁRiO #361

José de Matos-Cruz | 01 Março 2012 | Edição Kafre | Ano IX – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

IMPRESSÕES
Documento e testemunho sobre a exposição decorrida no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem/CNBDI, entre Junho e Outubro, e no festival Amadora Bd, entre Outubro e Novembro de 2010, A I República na Génese da Banda Desenhada e no Olhar do Século XXI é um catálogo revelador, profusamente ilustrado, imprescindível para historiadores da cultura portuguesa e especialistas da arte em quadradinhos. Inserida no âmbito das Comemorações Nacionais do Centenário da República, tal manifestação teve Cristina Gouveia e Nelson Dona como comissários, sendo consultores científicos João Castela Cravo, Osvaldo Macedo de Sousa, Paulo Cambraia e João Paulo de Paiva Boléo. Editada com a chancela da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, a obra em apreço e relevância consolida um privilégio sobre o material impresso, as publicações, sem descurar as pranchas e as ilustrações originais. Metódica e reveladora, a análise contextual incide sobre os jornais e a tecnologia, a caricatura modernista e os criadores, a banda desenhada e o cinema de animação, com abrangência virtual na Amadora e uma perspectiva contemporânea. IMAG.304

VISTORiA

A Um Papa

Poucos dias antes de morreres, a morte
pousou os olhos em alguém da tua idade:
aos vinte anos, tu estudavas, ele era pedreiro,
tu, nobre, rico, ele, um rapazote plebeu:
mas os mesmos dias douraram sobre vós
a velha Roma, voltando a dar-lhe a sua juventude.
Vi os seus despojos, pobre Zucchetto.
Andava de noite, bêbado, à volta dos Mercados,
e um eléctrico que vinha de San Paolo atropelou-o
e arrastou-o por uns metros de carris no meio dos plátanos:
durante umas horas ficou ali, sob o rodado:
poucas pessoas se juntaram em redor, olhando-o,
em silêncio: já era tarde, havia pouca gente.
Um dos homens que existem para que tu existas,
um velho polícia, desbocado como todos os patifes,
gritava aos que se aproximavam mais: «Larguem-lhe os colhões!»
Depois veio uma ambulância buscá-lo:
as pessoas desapareceram, só ficaram uns grupos aqui e acolá,
e, mais à frente, a dona de um cabaré,
que o conhecia, disse a um recém-chegado
que Zucchetto tinha ficado debaixo de um eléctrico, que estava morto.
Poucos dias depois, morrias tu: Zucchetto era um
dos do teu grande rebanho romano e humano,
um pobre bêbado, sem família nem leito,
que andava de noite, vivendo ao deus-dará.
Tu ignoravas: como ignoravas
outros milhares e milhares de cristos como ele.
Talvez seja cruel ao perguntar por que razão
a gente como Zucchetto é indigna do teu amor.
Há lugares infames, onde mães e filhos
vivem na poeira antiga, na lama de outras eras.
Não muito longe de onde tu viveste,
à vista da bela cúpula de San Pietro,
fica um desses lugares, o Gelsomino...
Um monte cortado ao meio por uma pedreira, e no sopé,
entre um charco e uma fieira de prédios novos,
um montão de tugúrios miseráveis, não casas mas pocilgas.
Bastava um gesto teu, uma palavra,
para esses teus filhos terem uma casa:
nunca fizeste um gesto, nunca disseste uma palavra.
Ninguém te pedia que perdoasses Marx! Uma vaga
imensa que irrompe sobre milénios de vida
te separava dele, da sua religião:
mas não se fala, na tua religião, de piedade?
Milhares de homens sob o teu pontificado,
diante dos teus olhos, viveram em estábulos e pocilgas.
Tu sabias que pecar não é fazer o mal:
não fazer o bem, isso sim, é que é pecar.
Quanto bem podias tu ter feito! E não fizeste:
não houve quem mais pecasse do que tu.
Pier Paolo Pasolini - Poemas
(Tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo
Assírio & Alvim - 2005)

CALENDÁRiO

1917-25MAI2011 - Leonora Carrington: Escritora, pintora e escultora de origem inglesa, ligada ao surrealismo e ao México - «Um poema que caminha» (Octavio Paz).

26MAI2011 - ZON Lusomundo estreia América de João Nuno Pinto; com Chulpan Khamatova e Fernando Luís.

VISTORiA

O general tirou o cachimbo da boca e, com ar de grande satisfação, pôs-se a olhar para Agrafena Ivánovna. O próprio coronel desceu as escadas e abraçou Agrafena Ivánovna pelo focinho. O próprio major deu palmadinhas na perna de Agrafena Ivánovna; os outros estalaram as línguas.
Nikolai Gogol
- A Caleche (1836 - excerto)

MEMÓRiA

30SET1882-02MAR1932 - Leopoldo Froes: Actor e empresário brasileiro - «Representava, na memória do teatro nacional, um fato único, talvez isolado mesmo, em seu tempo. Ninguém como ele exerceu tal imenso fascínio sobre o público. Era um galã impecável. Coisa rara, era capaz de interpretar tipos à perfeição, com muita graça e espírito. Sua versatilidade também foi, sem dúvida, uma das causas do seu grande sucesso artístico pessoal» (Sérgio Viotti).

1928-02MAR1982 - Philip K. Dick: «A realidade é algo que, mesmo quando nós deixamos de nela acreditar, continua a existir e não desaparece». IMAG.136-186-207-358

1809-04MAR1852 - Nikolai Gogol: «O milionário tem o privilégio de poder contemplar a baixeza desinteressada, pura, sem segunda intenção» (Almas Mortas - 1842). IMAG.118-219-223

04MAR1932-2008 - Miriam Makeba, Mama Afrika: «Primeira-dama da música sul-africana, a sua voz inspirou a esperança» (Nelson Mandela). IMAG.224

05MAR1862-1924 - Peter Newell: Autor de O Livro Inclinado (1910) - obra-mestra da literatura infantil, pioneira dos formatos especiais, recuperada para os leitores do Século XXI, numa co-edição internacional em Portugal, Espanha, França, Itália, Suiça e Brasil. IMAG.233

05MAR1922-1975 - Pier Paolo Pasolini: «Tudo leva a concluir que a linguagem do cinema é fundamentalmente uma linguagem de poesia. Mas, historicamente, concretamente, depois de tentativas logo suspensas na época em que o cinema apenas começava, a tradição cinematográfica que se formou foi a de uma linguagem de prosa» (Cinema de Poesia - 1965). IMAG.57-89-135-147-228-314

06MAR1492-1540 - Joan Lluís Vives i March Ioannes Lodovicus Vives, aliás Juan Luís Vives: «Duas são as feras que em nós produzem mais danos: uma cruel e selvagem, a inveja; outra, mansa e doméstica, a adulação».

1854-06MAR1932 - John Philip Sousa: Compositor e maestro norte-americano, filho de português, inventor do sousafone e autor da marcha oficial dos Estados Unidos, The Stars and Stripes Forever - «Foi a música que o celebrizou. Não tanto as diversas operetas que tiveram sucesso na Broadway - mas acima de tudo as marchas militares, que pela qualidade e intensidade melódica e rítmica foram adoptadas muito para além da vida militar e das fronteiras da América. Bem antes de morrer ganhou o cognome com que ficou na História: o Rei das Marchas» (António Filipe & António Leal Salvado).

BREVIÁRiO

Câmara Municipal de Moura edita em banda desenhada, com Projecto Life Habitat Lince Abutre, O Lince Ibérico - A Sua História Em Portugal de Bruno Pinto (argumento) e José Garcês (ilustração).  
IMAG.24-70-78-117-129-149-226-251-256-258-265

Libri Impressi edita O Livro do Buraco de Peter Newell (1862-1924). IMAG.233

Assírio & Alvim edita Âmago - Antologia de Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007). IMAG.72-98-131-191-254

EXTRAORDINÁRiO

OS HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico

A PENA DURA EM PEITO MOLE - 5

Cecília sentiu ganas de abafar tal alarido. Ora, estava ali mesmo a jeito a Tasca do Azarado. Toca a andar lá para dentro.
- Eh, tenho na pança mais de um almude de vinho! esbracejava horas depois, aos berros, proferindo outras expressões que, se destoam na boca de um homem, saídas d’uma mulher são opróbrio do sexo.
Continua

terça-feira, agosto 29, 2017

IMAGINÁRiO #360

José de Matos-Cruz | 24 Fevereiro 2012 | Edição Kafre | Ano IX – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

REVOLUÇÃO
Um dos mais relevantes cineastas - a nível mundial e de expressão clássica, sendo culminante O Couraçado Potemkine / Bronenosets Potyomkin (1925) - Serguei Mikhailovitch Eisenstein (1898-1948) sagrou a obra artística e revolucionária, sobre um fundamental modelo soviético, pela montagem dialéctica, em exaltação das manifestações dos povos pela sua afirmação e liberdade. Assim, Outubro / Oktyabr (1928) relata os factos e os tempos patrióticos que acompanharam a subida ao poder da facção bolchevista, liderada por Vladimir Ilitch Lenine, com a queda do Governo provisório, vigente desde o fim do czarismo em Fevereiro de 1917, e aliado da burguesia e da aristocracia, cujos privilégios se mantinham inalterados. Com exemplar clareza e linearidade, Eisenstein traça um retrato crítico e acutilante sobre os episódios envolventes, como os decretos sobre a paz e a lei da terra, galvanizando o seu estilo detalhado, dinâmico, ao qual se aliam o magistral recorte plástico e o recurso a documentos contemporâneos, que virtualizam um processo ético e estético, exaltante e mobilizador.

MEMÓRiA

19AGO1631-1700 - John Dryden: Poeta e dramaturgo inglês - «Nem sempre o julgamento do povo é certo: muitos, podem errar tão grosseiramente como poucos».

21FEV1962-2008 - «David Foster Wallace pode escrever o que quiser. Pode fazer algo triste, divertido, descabido, arrebatador ou absurdo com igual mestria; até pode fazer tudo ao mesmo tempo» (Michiko Katutani). IMAG.217

26FEV1802-1885 - Victor Hugo: «Desejo primeiro que tu ames, / E que, amando, também sejas amada. / E que, se não o fores, sejas breve em esquecer. / E que, esquecendo, não guardes mágoa». IMAG.28-44-92-180-212-314

26FEV1882-1970 - Pierre Mac Orlan: «As palavras são mais misteriosas do que os próprios factos». IMAG.280

27FEV1902-1968 - John Steinbeck: «De todos os animais da criação, o homem é o único que bebe sem ter sede, come sem ter fome e fala sem ter nada para dizer». IMAG.35

27FEV1932-2011 - Elizabeth Taylor: «O problema das pessoas que não têm defeitos é que, com certeza, possuem terríveis virtudes». IMAG.52-189-230-273-302-348-349

29FEV1792-1868 - Gioacchino Rossini: «Em criança, eu tinha uma bela voz... Os meus pais faziam-me cantar no coro da igreja. Foi quando um tio, barbeiro de profissão, os convenceu da oportunidade de impedir a mudança da minha voz, pois assim tornar-me-ia uma fonte segura de rendimento para toda a família». IMAG.320-323

CALENDÁRiO

17MAR-21AGO2011 - Pinacoteca de Paris expõe Le Voyage Imaginaire d'Hugo Pratt (1927-1995); inclui 150 aguarelas, e 163 pranchas de A Balada do Mar Salgado, primeira aparição de Corto Maltese. IMAG.1-26-47-65-69-75-157-256-286-308

1917-05MAI2011 - Arthur Laurents: Dramaturgo (Home of the Brave - 1945), argumentista (A Corda/The Rope - 1948) e libretista (West Side Story - 1957) norte-americano - «O entretenimento é a sobremesa, e precisa de ser equilibrado pelo prato principal - o teatro de substância».

06MAI-09OUT2011 - Museu do Oriente expõe Brinquedos e Jogos da Ásia.

07MAI-26JUN2011 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Seguindo o Traço, exposição de desenho de Teresa Gonçalves Lobo.

12MAI2011 - ZON Lusomundo estreia Águas Mil de Ivo M. Ferreira; com Gonçalo Waddington e Joana Seixas. IMAG.327

14MAI-15JUN2011 - Câmara Municipal de Cascais apresenta, com Fundação D. Luís I e Agência Cascais Atlântico, a 3ª Edição da Exposição / Concurso Internacional de Escultura - Artemar Estoril 2011.

14MAI-30SET2011 - No Estoril, Espaço Memória dos Exílios expõe O Estoril e as Origens do Turismo Em Portugal; organização da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito das Comemorações Nacionais do Centenário do Turismo.

20MAI-10JUL2011 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Private Lives, exposição de fotografia de André Gomes, Daniel Pinheiro, Délio Jasse, Duarte Amaral Netto, Eliezer Sonnenschein, Francesca Martí, Imanol Marrodán, José Luís Neto, José Luis Santalla, Monteiro Gil, Maria José Palla, Mariano Piçarra, Mariana Marote, Michael Wassely & Lina Kim, Paco Mesa y Lola Marazuela, Rodrigo Bettencourt da Câmara, Sérgio Sotomayor.

TRAJECTÓRiA

O Compositor de O Barbeiro de Sevilha

Gioacchino Rossini (Pesaro, 1792-Paris, 1868) foi um compositor de talento e, sobretudo, de sucesso - a ponto de ser o mais célebre da época, preferido pelo grande público ao seu contemporâneo Beethoven. Da longa lista de óperas (no seu repertório destaca-se também outro tipo de peças, com destaque para a obra sacra Sabat Mater) podem citar-se A Dama do Lago, Tancredo, A Italiana Em Argel, Otello, Cinderela, A Pega Ladra, Moisés No Egipto, Semiramis ou Guilherme Tell (talvez a sua obra-prima). Mas o nome de Rossini está sobretudo associado a O Barbeiro de Sevilha, essa popular ópera-bufa em dois actos, em que o conde Almaviva convence o amigo barbeiro Fígaro a ajudá-lo a conquistar Rosina (bela moça que vive com o médico Bartolo, que se quer casar com ela) numa sucessão de peripécias e disfarces, espiões a fingir e polícias de gargalhada. E mais do que a intriga rocambolesca, o que tem perdurado ao longo dos séculos são alguns trechos que se universalizaram. Sobretudo a ária inicial, Largo al Factotum, que toda a gente sabe trautear: «Fígaro qua, Fígaro la, Fígaro qua, Fígaro la / Figaru su, Fígaro giu, Figaru su, Fígaro giu».
17OUT2009 - Diário de Notícias

COMENTÁRiO

LITTLE ANNIE FANNY

A rebelde utopia que, a partir de 1962, fazia tantos de nós - corando embora de vergonha - abrir as páginas da revista Playboy, em busca dos quadradinhos eróticos de Little Annie Fanny, tornou-se entretanto uma memória jocosa e nostálgica. Em 2000, Dark Horse Comics e Playboy Enterprises aliaram-se, para nos proporcionarem - e a milhares de outros fanáticos da banda desenhada, entre as mais novas gerações - dois volumes reunindo, pela primeira vez, mais de quatrocentas páginas com as aventuras originais da tola e tentadora heroina.
Implícita em Little Annie Fanny 1962-1970, está ainda uma homenagem ao grande e malogrado Harvey Kurtzman - criador do magazine Mad, padrinho dos underground comics. Aliado a Will Elder - um veterano dos EC Comics - ou, esporadicamente, a Frank Frazetta, Russ Heath e Jack Davis - Kurtzman alegrou, com ironia e sensualidade, mais de 25 anos de leitores da Playboy e de entusiastas da banda desenhada... Desde que na América se debatiam temas sérios como os direitos civis, ou de Inglaterra nos chegavam os Beatles e a revolução sexual.

VISTORiA

Ele tinha dito: «Eu sou um homem», e isso queria dizer certas coisas, para Juana. Queria dizer que ele era meio louco e meio Deus. Queria dizer que Kino seria capaz de exercer a sua força contra uma montanha e de mergulhar a sua força contra o mar. Juana, na sua alma de mulher, sabia que a montanha continuaria de pé enquanto o homem ficaria desfeito; que o mar continuaria a erguer-se tempestuoso, enquanto o homem se afogaria nele. Todavia, era isso que fazia dele um homem, meio louco e meio Deus, e Juana necessitava de um homem, não podia viver sem um homem. Embora a desorientassem estas diferenças entre homem e mulher, conhecia-as e aceitava-as e precisava delas. Evidentemente, ela segui-lo-ia, isso não estava em causa. Por vezes, as suas características de mulher, a razão, a cautela, o instinto de conservação, conseguiam penetrar na virilidade de Kino e salvá-los a todos.
John Steinbeck
- A Pérola (1947 - excerto)

CALENDÁRiO

27MAI-26JUN2011 - No Edifício da Ex-Cadeia e Tribunal da Relação do Porto, Centro Português de Fotografia, Direcção-Geral de Arquivos e FITEI/Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica apresentam Hollywood e Outros Cenários, exposição de fotografia de Renato Roque. IMAG.89

27MAI-30JUN2011 - Sociedade Nacional de Belas-Artes apresenta Man - O Homem - 70-52 Anos - exposição antológica da obra do pintor José Man, comemorativa dos seus cinquenta e dois anos de carreira.

04JUN-17JUL2011 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Marilyn Monroe [1926-1962] - A Última Sessão, exposição de fotografia de Bert Stern. IMAG.70-85-114-189

PARLATÓRiO

MARILYN

O desejo de a fotografar deve ter começado há muito tempo atrás. Era simplesmente a semente de uma ideia à espera do seu tempo. Agora, em 1962, tinha suficiente confiança e respeito por mim próprio como fotógrafo para a enfrentar. Tornara-me já mestre na minha arte - a de ver - e estava à altura da sua mestria de ser vista. Era o momento certo.
Bert Stern (1962)

ANUÁRiO

29FEV1872 - O activo do Banco de Portugal é de 20.682:197$390 réis.

BREVIÁRiO

Costa do Castelo edita em DVD, Outubro / Oktyabr (1928) de Sergei Eisenstein; com Vladimir Popov e Vasili Nikandrov. IMAG.24-166

Tinta da China edita Jerusalém - Ida e Volta de Saul Bellow (1915-2005); tradução de Raquel Moura. IMAG.36-87

Megamúsica edita em CD, sob chancela Alia Vox, Cançons de la Catalunya Mil.Lenária por Montserrat Figueras, com La Capella Reial de Catalunya, sob a direcção de Jordi Savall.

segunda-feira, agosto 28, 2017

IMAGINÁRiO #359

José de Matos-Cruz | 16 Fevereiro 2012 | Edição Kafre | Ano IX – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO 

OBSESSÕES
Memórias, vivências, momentos solenes, intensos desafios, reflectem-se em Magríficas Obsessões - João Bénard da Costa, Um Programador de Cinema por António Rodrigues, cumprindo o projecto nascido de uma troca de impressões com Gianlucca Farinelli, durante o Festival Cinema Ritrovato, em Bolonha. Obra de análise e testemunho, de referência e comentário, dividida «em cinco partes, que acompanham cronologicamente as actividades de João Bénard da Costa (5 de Fevereiro de 1935 / 21 de Maio de 2009) como programador de cinema, sem esquecer que esta actividade nem sempre foi totalmente solitária e que ele teve diversos colaboradores, mais ou menos próximos, mais ou menos ouvidos». Sob chancela editorial da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, da qual Bénard da Costa foi director e presidente, após actividade determinante na Fundação Calouste Gulbenkian, eis as marcas e as memórias, as paixões e as vivências de quem ousou «formar o gosto de quem eu quero que goste tanto como eu gosto e que, se possível, goste como eu gosto». IMAG.27-190-208-222-252-287

MEMÓRiA

1901-17FEV1982 - Lee Strasberg: Actor, encenador, produtor, professor, fundador do Actor’s Studio (Nova Iorque) - «A arte é maior que a vida. Se nós não podemos alcançar a possibilidade da grandeza, de que nos serve sonhá-la?». IMAG.347

18FEV1862-1939 - Charles M. Schwab: «A personalidade está para o homem, tal como o perfume está para a flor».

1901-18FEV1952 - Enrique Jardiel Poncela: «Para ser moral, basta existir um tal propósito; para ser imoral, há que dispor de condições especiais». IMAG.342

1454-22FEV1512 - Americo Vespucio: «A sua ambição fora alentada pelo que Colombo tentara, e segundo ele não conseguira, isto é, chegar à Índia pelo Ocidente. Daí, a sua participação na expedição de Alonso de Ojeda entre 1499 e 1500, daí ter aceitado o encargo de seguir o litoral do continente sul-americano, por ordem do rei de Portugal, entre Maio de 1501 e o Verão de 1502, quando percorreu o litoral brasileiro desde o que chamou Cabo de São Roque (onde esteve em 16 de Agosto) e, além da Bahia e do Rio de Janeiro, até Cananor (onde chegou em Janeiro de 1502). Aquele seria, segundo ele, o ponto mais ocidental ao qual, em virtude do Tratado de Tordesilhas com a Espanha, poderiam aspirar os portugueses. E logo prosseguiu sua viagem rumo ao Rio da Prata.» (Hugh Thomas - Rivers of Gold - 2003, excerto)

22FEV1732-1799 - George Washington: «A liberdade é uma planta que cresce depressa, quando ganha raízes».

1877-22FEV1912 - Manuel Laranjeira: «Ânsia de amar! oh ânsia de viver! / Uma hora só que seja, mas vivida / e satisfeita... e pode-se morrer / - porque se morre abençoando a vida!» (A Tristeza de Viver). IMAG.143

23FEV1922-2008 - Fernando José Francisco: Autor surrealista - «Era o melhor de nós todos, era a maior esperança… Viveu uma história excepcional, que poderia ser cantada por um Camões. Por o amor ser tão grande ou ser tão fraco, decidiu deixar de pintar, o que é admirável, muito bonito. E é único» (Cruzeiro Seixas). IMAG.179

1881-23FEV1942 - Stefan Zweig: «A desventura, na verdade, não transforma nunca um carácter, não lhe acrescenta novos elementos, modela apenas as inclinações já existentes, dando-lhe novas formas». IMAG.32-48-176-348

VISTORiA

Na Rua

Ninguém por certo adivinha
como essa Desconhecida,
entre estes braços prendida,
jurava ser toda minha..

Minha sempre! – E em voz baixinha:
– «Tua ainda além da vida!...»
Hoje fita-me, esquecida
do grande amor que me tinha.

Juramos ser imortal
esse amor estranho e louco...
E o grande amor, afinal,

(Com que desprezo me lembro!)
foi morrendo pouco a pouco,
– como uma tarde em Setembro...
Manuel Laranjeira
- Comigo - Versos d’Um Solitário (1912)

VISTORiA

Nueva York

Espectáculos por hora.
Sandwichs de pollo y pepino.
Ruido de remachadoras.
Magos y adivinadoras
de la suerte y el destino.
Jardiel Poncela



Arte dos Contrastes

Uma cidade para ser interessante deve ter em si grandes contrastes. Uma cidade exclusivamente moderna é monótona; uma cidade atrasada, com o tempo, se torna incómoda; uma cidade de proletários causa tristeza e uma localidade de luxo, após pouco tempo, provoca tédio e mau humor. Quanto mais camadas possui uma cidade e quanto mais colorida é a escala em que seus contrastes se graduam, tanto mais atraente é ela; é o que acontece com o Rio. Nesta cidade os extremos divergem muito, mas apresentam transições entre si, de especial harmonia. A riqueza aqui não é provocadora. As casas feudais, que são montadas com um gosto estupendo, não apresentam fachadas que chamem a atenção. Estão espalhadas no meio da vegetação, estão circundadas de belos jardins com lagos e possuem um mobiliário selecionado, em geral de estilo colonial; pelo fato de elas não serem faustosas e com aspecto de casas de cidade, e sim estarem inteiramente relacionadas com a natureza, dão a impressão de alguma coisa que cresceu organicamente e não de alguma coisa pretensiosamente colocada diante dos nossos olhos; temos que procurá-las para as achar, mas, se nos é dado o prazer de ir a uma dessas casas como convidados, não nos cansamos de admirá-las, pois de qualquer aposento o olhar pode deleitar-se com a paisagem. No jardim lagos artificiais reflectem caramanchões; varandas abertas com ladrilhos e azulejos portugueses antigos dão ensejo a sentir-se a exalação suave das flores e das árvores e, ao mesmo tempo, protegem o interior contra a intensa luz solar. Nada aqui é sobrecarregado e provocante, pois a riqueza aqui se acha geralmente em poder das famílias antigas, que foram educadas na civilização e tradição; o que elas coleccionam são na maioria obras de arte antiga, colonial, quadros e livros de sua própria pátria. Por isso não há nessas casas a impressão muitas vezes desagradável de coisas amontoadas sem selecção. Precisamente nessas casas feudais é que vamos compreender a origem antiga da civilização brasileira. Mas a apenas dois passos do portão de uma dessas residências podemos estar numa favela ou num bairro operário; aquela e este, cercados ambos pela mesma vegetação verde escura e banhados pela mesma luz radiante, não se perturbam mutuamente. De certo modo, nesta cidade, pela força unitiva da natureza, o contraste não foi suprimido, mas se tornou menos forte, e essa constante e suave influência recíproca dos contrastes parece-me característica do Rio. O arranha-céu e o casebre, as avenidas sumptuosas e as ruas estreitas e de casas baixas, as praias e os morros, que altivos erguem seus cabeços, tudo parece mais completar-se do que se hostilizar. A vida social tolera nesta cidade todos os contrastes; podemos tomar um sorvete numa confeitaria refrigerada, que por seus preços lembra as de Nova York, e muito perto dela, muitas vezes no mesmo prédio, podemos tomá-lo por alguns tostões e podemos com o mesmo terno de brim andar num automóvel ou num bonde com os operários; nada nesta cidade se hostiliza, e encontramos em todas as pessoas, no engraxate e no aristocrata, a mesma polidez que aqui une harmonicamente todas as classes sociais. O que se separa com hostilidade e desconfiança nos outros países, aqui se combina livremente.
Quantas raças encontramos nas ruas: o preto de casaco roto, o europeu com o terno bem talhado, o caboclo de olhar grave e cabelos pretos e lisos; em centenas e milhares de matizes, as mesclas de todos os povos e de todas as nacionalidades, mas todos, não como em Nova York e outras cidades, separados em bairros, aqui negros, ali brancos, acolá mestiços, mais adiante italianos, irlandeses ou japoneses. Todos aqui se misturam, e a rua, pela grande variedade das fisionomias, se torna um quadro constantemente cambiante. Que habilidade se torna necessária, aqui, para atenuar os contrastes, sem destruí-los, para conservar a variedade, sem a preocupação de ordená-la e organizá-la, à força!
Que essa cidade conserve tal habilidade! Que não seja acometida do delírio geométrico das avenidas rectas, dos nítidos cruzamentos, da horrenda ideia da excessiva regularidade das modernas cidades grandes, que sacrificam à simetria da linha e à monotonia das formas, precisamente o que sempre é o incomparável de toda cidade: suas surpresas, seus caprichos e suas angulosidades e, sobretudo, seus contrastes – esses contrastes entre o velho e o novo, entre a cidade e a natureza, entre o rico e o pobre, entre o trabalhar e o flanar, contrastes que aqui se gozam em sua harmonia sem par!
Stefan Zweig
- Brasil, País do Futuro (excerto)

BREVIÁRiO

Assírio & Alvim edita Um Adeus Aos Deuses de Ruben A. (1920-1975); edição de Liberto Cruz, prefácio de Raul Miguel Rosado Fernandes. IMAG.52

Quarto de Jade edita Os Animais Domésticos de Maria João Worm. IMAG.289-301-325

PARLATÓRiO

Este livro foi feito a partir de uma série de gravuras que fiz em 1998. Há muito que tinha pensado reuni-las e fazer uma publicação. Agora, olho para as imagens e para os textos e sei que eles foram feitos com toda a liberdade que parece que ainda é visitada pela Sra. Ingenuidade (aquela que faz limpezas nas cabeças que ainda não têm muito pó).
O que resultou é um livro que quer mostrar esse tempo em que se deixa acontecer, sem querer mais do que fazer do corpo o lugar táctil e sensível que permite construir sem a finalidade artificiosa.
Não é um livro apenas para crianças, não é um livro para quem se deixa cristalizar e não cresce, seja lá o que isso queira exactamente dizer. Este objecto final é uma visita a uma experiência anterior, acumulou tempo, desdobra-se no espaço e tem finalmente um corpo próprio.
Enquanto livro de autor, e por tudo o que me leva a pensar hoje conscientemente, na minha estante ideal, arrumava-o junto aos livros de arte.

domingo, agosto 27, 2017

IMAGINÁRiO #358

José de Matos-Cruz | 08 Fevereiro 2012 | Edição Kafre | Ano IX – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

RECORDAÇÕES
A partir dos anos ’80, do século passado, a produção fílmica sob chancela de Hollywood assumiu profundas mutações, marcadas pela evolução e a sobrevivência. Além dum olhar já estilizado pelo espectáculo virtual, entre o grande e o pequeno ecrãs, tal sucessão mediática processou-se numa expressão híbrida quanto a temas ou géneros, tendo em vista um agrado espontâneo por toda a gente. Em paralelo, diluiu-se o carácter das personagens e a carisma dos intérpretes. São pormenores que escapam ao público actual, propício ou preparado por uma uniformização dos meios audiovisuais - cinema, televisão, vídeo - interligados para uma exploração sucedânea e globalizadora. Mas as transformações tornam-se patentes, ao repreciarmos o fascínio dos clássicos... Em mais uma prodigiosa ressurreição, eis o que nos oferece Uma Mulher Para Dois / Design For Living (1933) de Ernest Lubitsch. O contraste de culturas e mentalidades, de afeições e vivências, de compromissos e opções, é estilizado na fábula de dois americanos em Paris, que uma mulher converte no sortilégio da Velha Europa sobre as correspondências do Novo Mundo. Sátira à moda antiga, ou fascínio do cinema clássico?...

MEMÓRiA

1924-07FEV1952 - Sebastião da Gama: «Pelo sonho é que vamos, / comovidos e mudos. / Chegamos? Não chegamos? / Haja ou não haja frutos, / pelo sonho é que vamos. //  Basta a fé no que temos, / Basta a esperança naquilo / que talvez não teremos.» (O Sonho).

11FEV1282 - Em Barcelona, formalizam-se os desposórios, por procuração, entre El-Rei D. Diniz I de Portugal e a Infanta D. Isabel, filha de El-Rei D. Pedro de Aragão; a boda foi celebrada em Trancoso, a 26JUN do mesmo ano. IMAG.305

ANUÁRiO

61 dC-112 dC - Caius Plinius Caecilius Secundus, aliás Plínio o Novo: Em sua companhia, «iremos ao Senado, onde, sem a preocupação com os factos, as leis, a eloquência, se julgam politicamente crimes de direito comum, onde os cônsules imperiais dissimulam, graças a privilégios republicanos, a realidade da sua servidão; à Basílica Júlia, repleta tanto de entusiastas sinceros quanto de rumores pagos; à sala de leituras, onde os gritos de alegria acabam num bocejo; ao Palácio das Vestais, onde Junia trata da doença sofrida por Fânia; e reencontraremos, sob o Pórtico, Espurina, muito incomodado pela comissão de Régulo; ao Templo da Concórdia, onde Cúrio, o filho mau, chora a fortuna e não a ternura da ausência materna» (Eugéne Alain). IMAG.308

1922-2006 - Victor Palla: Arquitecto e designer, Prémio Nacional de Fotografia em 1999 - «A originalidade e o carácter inédito do seu percurso documentam uma sensibilidade profundamente plástica que reinventa, reinterpreta e cruza sucessivamente os diferentes media, sem determinação hierárquica, numa experimental vontade de contaminação e consequência» (Lígia Afonso). IMAG.92-226

COROLÁRiO

RETRATOS

Artista plástico, investigador e professor universitário, Artur Ramos é autor de Retrato - O Desenho da Presença, obra editada por Campo da Comunicação, e distinguida com o Prémio José de Figueiredo 2011, atribuído pela Academia Nacional de Belas-Artes. Tendo prefácio de Adriana Veríssimo Serrão, e o apoio da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, da Fundação Para a Ciência e Tecnologia, da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I, eis parâmetros e objectivos: «Dividimos as matérias que envolvem o desenho de retrato em três áreas de conhecimento. Na primeira incluímos a abordagem anatómica, os processos de mediação e síntese geométrica da cabeça, as teorias que abrangem as proporções da cabeça e por fim a expressão do rosto. Numa segunda área encontramos os diversos estudos fisionómicos e fisiognomónicos, as teorias sobre a harmonia dos traços do rosto e os ideais de Beleza aplicados no retrato não só como reflexo de teorias de arte não especificamente aplicáveis ao retrato, mas também como produto de um modo particular de registo gráfico. Por fim, e para estender o retrato além de um exercício de representação de modo a que se possa abarcar alguns dos seus sentidos mais gratificantes, falamos da natureza do olhar, da serenidade do retrato, da ética do desenhador enquanto retratista e da consciência que o retratar nos dá de nós, da nossa vida ou da nossa identidade.»

COMENTÁRiO

A inspirar Uma Mulher Para Dois (1933), esteve Design For Living, peça teatral de Noel Coward, que o prestigiado Ben Hecht adaptou à realização e produção de Ernest Lubitsch (1892-1947), para Paramount. Este homem e artista «tão forte que, quando Hollywood lhe pediu para lá trabalhar (1921), não só não perdeu o seu estilo berlinense como ainda converteu a indústria americana ao modo pessoal de expressão», como evocaria Jean Renoir, continua a deslumbrar-nos com um perturbante sortilégio.
Ernest Lubitsch mantém-se fiel à original intencionalidade irónica, transgressiva, sobre os desafios e opções que motivam ou se reflectem pelo convencional triângulo amoroso. Em causa, as aventuras e peripécias sentimentais de George e Tom, um actor e um dramaturgo ianques em Paris. Inevitavelmente, ambos se apaixonam pela bela e desinibida Gilda, que partilha uma afeição indecidida pelos dois. Assim, resolvem o imbróglio da maneira mais simples e natural - vivendo juntos...
Sob o signo da comédia de costumes insinuante, cúmplice, Uma Mulher Para Dois transfere tal enleio para a carisma dos protagonistas - uma irresistível Miriam Hopkins, entre os varonis ou cavalheirescos Fredric March e Gary Cooper. Para além das caprichosas situações, da carga vitalista, sobressai um diálogo calibrado pelos subentendidos e equívocos. O resto é o espírito subtil, envolvente, o toque sensual e inebriante de Ernest Lubitsch - um mestre do imaginário e da magia cénica.

VISTORiA

Ao imperador Tibério foi anunciado por uma embaixada de Olisiponenses, enviada para esse efeito, que tinha sido visto e ouvido numa certa gruta, tocando búzio, um Tritão sob a forma que é conhecida. E não são mentira as Nereides, com o corpo áspero coberto por escamas, mesmo na parte em que têm figura humana. Porque também na mesma costa litoral foi vista uma, cujo triste canto de agonia os habitantes ouviram de longe, e um governador da Gália sob o Divino Augusto escreveu-lhe que muitas destas Nereides apareceram mortas na costa.
Plínio o Novo
- Historia Naturalis

O Sol Já Se Escondeu...

O sol já se escondeu...
Precisamente quando,
feliz,
eu desatei a cantar.
(Só por feliz eu cantei).

Agora quero acabar,
que já me dói a garganta
mas vou ainda cantando,
temendo
dar por mim de novo triste
assim que esteja calado
(...Como se a minha Alegria
nascesse de eu ter cantado).
Sebastião da Gama
- Serra-Mãe 

BREVIÁRiO

Alambique edita em DVD, Uma Mulher Para Dois / Design For Living (1933) de Ernest Lubitsch; com Gary Cooper e Miriam Hopkins. IMAG.156-356

Editorial Presença lança Diário de Sebastião da Gama (1924-1952); coordenação de João Reis Ribeiro.

Esquilo edita Cristianismo Iniciático - O Que Nunca Leu Sobre o Cristianismo de António de Macedo. IMAG.12-24-63-96-109-120-135-158-167-180-197-224

Universal edita, sob chancela Deutsche Grammophon, Karol Szymanowski [1882-1937]: Concerto para Violino Nº 1, Sinfonia Nº 3 pelo violinista Christian Tetzlaff e por Wiener Philharmoniker, sob a direcção de Pierre Boulez. IMAG.343

Saída de Emergência edita O Homem do Castelo Alto de Philip K. Dick (1928-1982); tradução de David Soares. IMAG.136-186-207

Guimarães edita Antologia Poética de Jorge de Sena (1919-1978). IMAG.60-67-87-112-181-202-249-264-268-305-313-329-332

CALENDÁRiO

1918-26ABR2011 - Vitorino Magalhães Godinho: Historiador, professor universitário, autor de Ensaios e Estudos - Uma Maneira de Pensar (2009) - «Foi até ao fim um cidadão empenhado, preocupado com o lançamento das bases de uma sociedade democrática» (Guilherme d’Oliveira Martins). IMAG.207-244

28ABR2011 - Na Galeria Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Artistas Unidos expõe Sim - Pintura e Desenho (2000-2011) de Sofia Areal. IMAG.94-333

28ABR2011 - No Cinema São Jorge, é inaugurada a Sala Manoel de Oliveira. IMAG. 2-11-23-41-42-60-68-72-74-83-134-158-164-165-170-175-178-190-199-201-203-205-206-208-214-221-222-224-225-237-241-242-244-248-256-277-283-285-287-295-335-347

28ABR2011 - ZON Lusomundo estreia O Estranho Caso de Angélica de Manoel de Oliveira; com Ricardo Trêpa e Pilar López de Ayala.

24JUN1911-30ABR2011 - Ernesto Sabato: Artista plástico, ensaísta e romancista argentino, autor de O Túnel (1948), distinguido com o Prémio Cervantes (1984) - «Sou um anarquista! Mas um anarquista no melhor sentido da palavra. As pessoas julgam que um anarquista é aquele que põe bombas, mas anarquistas foram grandes espíritos como, por exemplo, Leon Tolstoi» (1997). IMAG.282

07MAI-12JUN2011 - No Porto, Galeria Mundo Fantasma apresenta DiscoVoador et Al, exposição de ilustração e banda desenhada por Rui Duarte.

PARLATÓRiO

Não é possível analisar os problemas da realidade portuguesa contemporânea sem os inserir na trama da evolução do nosso país, quer dizer, sem estudar as condições de formação do mundo em que vivemos, a génese da nossa cultura, da nossa sociedade, da estrutura político-económica de Portugal.
Vitorino Magalhães Godinho