PRONTUÁRiO
REINCIDÊNCIAS
As
Aventuras de Blake e Mortimer
principiaram em 1946, com O
Segredo do Espadão,
logo patenteando a arte monumental de Edgar Pierre Jacobs
(1904-1987). Em causa, a dualidade do Bem - simbolizada na
instituição militar (o bravo Capitão Francis Blake, responsável
pelo MI5, serviço de contra-espionagem britânico) e no poder da
ciência (o Professor Philip Mortimer, um especialista em Física e
Aeronáutica, com gosto pelos fenómenos bizarros); contra a
perversão do Mal - concentrada num arqui-inimigo (o sinistro e
volúvel Coronel Olrik), ou outros eventuais adversários (Satô,
Labrousse, Ahmed Rassim Bey). Um presente de ameaças, cumplicidades
e perigos - virtualizado entre o passado e o fantástico, o futuro e
a arqueologia - de Londres ao Cairo, de Paris a Tóquio, da
Pré-História à Atlântida… Bob de Moor, Jean Van Hamme e Ted
Benoît asseguraram uma continuidade, como Yves Sente & André
Juillard - que em O
Juramento dos Cinco Lords,
sugestivamente imaginado entre A
Marca Amarela
e O
Caso do Colar,
sempre sob chancela das Edições Asa, aliam ainda reflexos de uma
adolescência idealista, sagrada sobre a aura mítica e política de
Lawrence da Arábia. Hábeis a lidar com os mistérios e desafios que
se repercutem entre o céu e a terra, o Capitão Blake e o Professor
Mortimer voltam aos cenários e às tradições de Inglaterra, e
acabam, afinal, por protagonizar a sua intermitente coexistência, no
universo contemporâneo da banda desenhada.
IMAG.10-66-119-218-245-281-348-427
CALENDÁRiO
18JAN-07ABR2013
- Em Lisboa, Centro de Arte Moderna/CAM da Fundação Calouste
Gulbenkian apresenta, em organização com Fundação Cupertino de
Miranda, A Imagem Que de Ti
Compus - Homenagem a Júlio -
exposição de desenho e pintura de Júlio Maria dos Reis Pereira
(1902-1983). IMAG.74
14FEV-06MAR2013
- Galeria de Arte do Casino Estoril expõe Cerâmicas
2013. E Não Só! de Dário
Vidal. IMAG.388-431
REPORTÓRiO
As Pinturas do meu Irmão Júlio
Filme
produzido e realizado por Manoel de Oliveira, em 1965. A nostalgia de
um poeta - José Régio - ausente da terra natal, Vila do Conde,
anima as imagens duma memória: as pinturas de seu irmão - Júlio
Maria dos Reis Pereira, também poeta Saul Dias - albergadas na velha
casa onde nasceram. Assim desfilam em longa panorâmica, como na
imaginação - sendo José Régio autor dos poemas e participante.
Cerâmicas
2013
Dário
Vidal apresenta oito dezenas de obras, das quais alguns painéis de
grandes dimensões, várias composições em que acasala azulejos
portugueses do Século XII com azulejos actuais, pequenas esculturas
e instalações de feição minimalista, produtos de uma exuberante
imaginação criadora, muito trabalho e uma permanente investigação.
N.
Lima de Carvalho
VISTORiA
Ecce Homo
Um
que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos
esperança, imaginando
Uma
causa maior que nos explique.
Pensando
nos secamos e perdemos
Esta
força selvagem e secreta,
Esta
semente agreste que trazemos
E
gera heróis e homens e poetas.
Pois
Deuses somos nós. Deuses do fogo
Malhando-nos
a carne, até que em brasa
Nossos
sexos furiosos se confundam,
Nossos
corpos pensantes se entrelacem
E
sangue, raiva, desespero ou asa,
Os
filhos que tivermos forem nossos.
José
Carlos Ary dos Santos
TRAJECTÓRiA
Edvard
Munch - Um Símbolo da Cultura Norueguesa
Como
o dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1926) ou o compositor Edvard Grieg
(1843-1907), o pintor Edvard Munch (1863-1944) é um dos grandes
símbolos culturais da Noruega. Simbolista e um dos precursores do
expressionismo (de que O Grito
é uma das obras de
referência), Munch viveu mais do que os outros grandes ícones o
despertar do seu país como nação independente (o que aconteceu em
1905, num referendo que colocou um ponto final ao domínio sueco).
02MAI2012
- Diário de Notícias
COMENTÁRiO
O
Grito - Apenas Arte
Nunca
nenhum quadro foi dissecado, tão comentado. Nos últimos cem anos,
multiplicaram-se as teorias sobre a origem deste Grito
tão singular. Houve quem mencionasse a hipótese de um súbito
ataque de pânico transportado pelo artista para a sua tela. Falou-se
em ansiedade, em neurose. E como as teorias não pagam imposto, houve
inclusivamente quem arriscasse que tudo se terá devido às
frequentes libações alcoólicas de Edvard Munch. O segredo, afinal,
é bem mais simples: apenas arte. Da melhor de sempre.
11JUL2009
- Diário de Notícias
MEMÓRiA
1737-16JAN1794
- Edward Gibbon: Historiador inglês - «Todo
o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é ministrada
pelos outros, e, muito mais importante, a que ele proporciona a si
mesmo».
1937-18JAN1984
- José Carlos Ary dos Santos: Poeta e declamador português - «Poeta
é certo mas de cetineta / fulgurante de mais para alguns olhos / bom
artesão na arte da proveta / narciso de lombardas e repolhos.»
(Auto-Retrato -
excerto). IMAG.157-276
20JAN1924-2010
- Yvonne Loriod: Pianista francesa, compositora e professora, mulher
e intérprete de Olivier Messiaen - «Para mim, ele foi uma autêntica
explosão, entrando em choque com todos os meus preconceitos».
IMAG.304

1863-23JAN1944
- Edvard Munch: Artista plástico norueguês, autor de O
Grito (1893) - «O espectador
deve consciencializar-se do que a pintura tem de sagrado e, portanto,
ter diante dela a cabeça descoberta, como quando está numa igreja».
IMAG.446
ANTIQUÁRiO
02MAI2012
- Em Nova Iorque, uma das quatro versões do quadro O
Grito, pintada por Edvard
Munch em 1895, é adquirida num leilão da Sotheby’s por 119,92
milhões de dólares, tornando-se a obra artística mais cara
adquirida por este meio, e cujo valor prévio era estimado em 80
milhões.
1914-2008
- Edward D. Cartier, aliás Edd Cartier: Artista plástico,
assistente de Norman Rockwell, desenhador de capas para imaginários
de Robert A. Heinlein e Isaac Asimov, ou das aventuras de The
Shadow / O Sombra por Walter
B. Gibson - «Quando comecei a ilustrar obras de ficção científica,
tudo me parecia demasiado estranho. Aconselharam-me a seguir o estilo
dos autores primordiais, e só depois logrei a minha própria
técnica». IMAG.231-243
BREVIÁRiO
Quarto
de Jade edita O Amor Perfeito
- Poema Para Descobrir e Construir
de Maria João Worm. IMAG.289-301-325-359-386-409-416-430-444
Cavalo
de Ferro edita Arde o Musgo
Cinzento de Thor Vilhjálmsson
(1925-2011); tradução de Carlos Aboim de Brito.
Gradiva
edita O Número de Ouro de
Mario Livio; tradução de João Nuno Torres.
INVENTÁRiO
O
Amor Perfeito
A
nova edição do Quarto de Jade resulta de uma vontade de dar a
descobrir, a adultos e crianças, a construção da passagem de um
livro a um objecto tridimensional. Um Amor Perfeito plantado a quatro
mãos, ou as que se juntando queiram acompanhar este processo de
transformação.
Quatro
cubos, para montar e colar, numa base que, através de um movimento
rítmico, permitirão a leitura de três imagens diferentes que
ilustram um pequeno poema. Como partilha desta metamorfose, no verso
da capa, poderá ficar o registo assinado, pelos autores, que assim
podem guardar uma memória cúmplice e partilhada. No que esperamos
ser uma possível iniciação à descoberta da poesia.
Esta
edição foi impressa em cartolina de 190 gramas, com plastificação
mate e contem as devidas instruções para uma montagem simples e
adequada. Também está disponível uma versão em inglês.
VISTORiA
Observamos
que todas as nações, tanto as bárbaras como as humanas, embora tão
distantes entre si no espaço e no tempo, conservam estes três
costumes humanos: todas têm alguma religião, todas contraem
casamentos solenes, e todas enterram os seus mortos.
Gianbattista
Vico
-
A Nova Ciência