PRONTUÁRiO
PESSOA(S)
«Fernando
Pessoa pensou cada um de nós antes de termos nascido. Essa é, de
facto, a razão pela qual aqui estamos a escrever poemas, a
congeminar programas filosóficos ou a fazer banda desenhada» -
assim prenuncia Jesús Aguado uma rara experiência de inquietude e
deslumbramento. Primeiro estranha-se, depois entranha-se… Tal como
o poeta e seus heterónimos, que nos (a)colhem em Pessoa
& Cia
-
novela gráfica de Laura
Pérez Vernetti,
com edição sob chancela Asa. Para abordar e vivenciar «a grande
criatividade e imaginação da obra deste escritor», segundo a
inspirada autora, a estrutura é, em si mesma, aliciante e virtual: a
partir de Biografias,
com um Retrato
(a preto e branco) do escritor e seus heterónimos, seguem-se (a
cores) Pessoa…
-
com versões livres de O
Livro do Desassossego (O
Escritório Amplo,
A
Minha Família,
A
Estupidez)
de Bernardo Soares; …&
Cia -
com ilustrações adaptadas sobre Odes
de Ricardo Reis (Lídia),
e Poemas
Inconjuntos
(Trânsitos),
O
Pastor Amoroso
(Amar
É Pensar)
de Alberto Caeiro, além do poema Nuvens
de Álvaro de Campos. Um complexo desafio, temático e introspectivo,
consumando - pelas visões estéticas e estilísticas - um fascínio
pessoal e literário.
IMAG.
26-28-64-82-130-131-157-182-187-196-207-211-236-264-323-326-330-333-343-347-376-382-384-385-395-399-403-404-417-426-433
CALENDÁRiO
25JAN-27OUT2013
- Em Lisboa, Museu do Oriente expõe Cartazes
da Propaganda Chinesa. A Arte ao Serviço da Política,
sendo comissários Jacques Pimpaneau e Sylvie Pimpaneau.
1932-04FEV2013
- Donaldson Toussaint L'Ouverture Byrd II, aliás Donald Byrd: Músico
americano, trompetista de jazz
- «A sua influência fez-se sentir ao longo de muitos anos, tendo
sido recriado, via sampler,
nas décadas de 1990 e 2000, por projectos de hip-hop…»
(Público).
1942-10FEV2013
- Eugenio Trias: Escritor e filósofo espanhol, distinguido com o
Prémio Internacional Friedrich Nitzsche (1995), autor de El
Canto de las Sirenas (2007) -
«O pensador em espanhol mais importante desde Ortega y Gasset» (El
Mundo).
15FEV-31MAR2013
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I expõe
Memória, Memórias -
retrospectiva de pintura de António Carmo.
27MAR-27MAI2013
- Na FNAC Chiado, Artistas Unidos apresenta Ao
Longo dos Anos - exposição
de fotografia de Jorge Gonçalves.
ANUÁRiO
1864
- Neste ano, a safra no distrito de Coimbra em produção de azeite é
de 3.128 pipas ou 81.328 almudes, os quais se venderam a 3$000 réis,
perfazendo 243:984$000 réis.
1864
- Neste ano, o vinho despachado na Alfândega do Porto, para
exportação, monta a 35.619 pipas, 14 almudes e 5 canadas.
1864
- Neste ano, o Monte-Pio das Alfandegas do Reino tem de receita
7.065$270 réis, entre jóias, contribuições, rendimentos, prémios
e juros.
António Carmo
SUMÁRiO
António Carmo
Natural
de Lisboa (Madragoa, 1949), estudou na Escola de Artes Decorativas
António Arroio, onde completou o curso de pintura. Com obra vasta,
exibida em muitos países, tem créditos firmados no panorama
cultural português e está representado em colecções nacionais e
estrangeiras da maior relevância.
Desde
1968 que expõe a sua arte, caracterizada pela exuberância cromática
com que presta homenagem a vultos maiores da Cultura, especialmente
da Música (antigo elemento do Grupo de Bailados Verde Gaio) e da
Pintura, mas evocando igualmente a alegria de viver e o universo
intrínseco a uma visão poética da existência humana, objecto de
vibrante celebração em cor, forma e expressividade visual.
MEMÓRiA



BREVÁRiO
Sextante
edita As Minhas Lembranças
Observam-me, seguido de
Primeiros Poemas
de Tomas Tranströmer; tradução de Ana Diniz, posfácio de Pedro
Mexia. IMAG.379-445
Trem
Azul edita em CD, Classic
[Tony] Bennett
- The Jazz Sides.
Bertrand
edita Cama de Gato
de Kurt Vonnegut (1922-2007); tradução de Rosa Amorim. IMAG.146
Deutsche
Grammophon edita em CD, Twilight
of the Gods de
Richard Wagner (1813-1883), por Bryan Terfel e Deborah Voight, com
Metropolitan Opera Orchestra and Chorus, sob a direcção de James
Levine.
IMAG.14-68-78-86-104-111-147-212-215-285-330-390-393-406
INVENTÁRiO
Cartazes
da Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política

Nos
100 cartazes em exposição, seleccionados de um total de 200 que
integram a Colecção Kwok On da Fundação Oriente, estão bem
ilustrados os temas mais correntemente abordados à época, como a
glorificação do presidente Mao e dos heróis comunistas, a
prosperidade da economia, a luta contra o imperialismo, a felicidade
do povo e o poder do exército.
Com
tiragens que chegavam a atingir as dezenas de milhares de exemplares,
estes cartazes, cujo objectivo era o de mostrar ao povo o caminho a
seguir, viam-se em todo o lado e faziam parte do quotidiano dos
chineses. Na sua maioria, anteviam o futuro radioso da China
comunista com o super-herói Mao a conduzir o país à felicidade e à
glória. São também um espelho do design da época, apresentando
alguns deles um interesse estético que a função de propaganda
política não pode, naturalmente, ofuscar.
A
exposição, comissariada por Jacques Pimpaneau e Sylvie Pimpaneau,
está organizada em nove núcleos, o primeiro dos quais integrando
cartazes alusivos ao novo ano chinês e a heróis de contos e óperas
clássicas populares que fazem parte do património local. Os grandes
heróis
da revolução comunista chinesa, sobretudo Mao Zedong e Zhou Enlai,
mas também heróis
estrangeiros como Lenine e o médico canadiano Norman Béthune que,
na Guerra Civil de Espanha, tratou os feridos do lado republicano e
que, na Guerra Sino-Japonesa combateu ao lado do Exército de Mao,
estão representados nos cartazes seleccionados para o segundo
núcleo. No núcleo seguinte, figuram alguns cartazes de propaganda
das políticas do Partido Comunista da China, ocupando o quarto
núcleo uma série de cartazes alusivos às classes sociais
consideradas fundamentais para a criação da nova China: operários,
camponeses e soldados.
As
minorias étnicas do interior da China, num apelo à fraternidade
entre os povos, também não foram esquecidas pela propaganda e
ocupam aqui o quinto núcleo, sendo o sector seguinte ocupado por
cartazes em que figuram todos aqueles que se transformaram em heróis
e que são modelos a seguir pelas populações.
Os
cartazes do sétimo núcleo tinham como finalidade explicar e
promover as lutas revolucionárias levadas a cabo no exterior da
China. Segue-se um conjunto de cartazes cujos autores se deixaram
influenciar pelas pinturas feitas por camponeses e pelas xilogravuras
tradicionais.
Brinquedos
e jogos que também tiveram o seu papel na propaganda política
ocupam o último núcleo da exposição.
VISTORiA
Autopsicografia
Finge
tão completamente
Que
chega a fingir que é dor
A
dor que deveras sente.
E
os que lêem o que escreve,
Na
dor lida sentem bem,
Não
as duas que ele teve,
Mas
só a que eles não têm.
E
assim nas calhas de roda
Gira
a entreter a razão,
Esse
comboio de corda
que
se chama o coração.
Fernando
Pessoa
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