PRONTUÁRiO
TRAVESSIAS

MEMÓRiA
1939-18OUT2003
- Manuel Vázquez Montalbán: Escritor espanhol - «Abriu um só olho
como se temesse que os dois lhe confirmassem exageradamente aquele
céu de nuvens negras, a obscenidade daquela pança
cor-de-burro-quando-foge que sujava a paisagem tropical de luxo,
transformava o arvoredo numa turba infame de palmeiras e bananeiras
de chumbo oxidado» (A Rosa de
Alexandria - 1984) .
24OUT1913-1984
- Tito Gobbi: Barítono italiano - entre as principais personagens
contam-se Dom Giovanni, Rigoletto, Boccanegra, Falstaff, Scarpia,
Iago ou Amonasro, tendo aparecido como actor /cantor em cerca de 25
filmes, sobretudo versões de óperas por Giuseppe Verdi, Giacomo
Puccini e Gioachino Antonio Rossini. IMAG.331
1855-26OUT1933
- José Malhoa: Pintor português - A sua arte «traduzia com
fidelidade e simplicidade a vida rural. A riqueza plástica, a
expressividade das cores, a intensidade dos seus quadros de costumes
foram muito apreciadas pelo público no final do Século XIX, início
do Século XX. José Malhoa dedicou-se a temas relacionados com a
vida rural, com o campo, com a natureza» (Bárbara Santos).
IMAG.54-198-208-312
27OUT1923-1997
- Roy Fox Lichtenstein, aliás Roy Lichtenstein: Pintor americano,
ligado à Pop Art e inspirado pela banda desenhada - «Quando eu já
não estiver por cá, gostaria de doar a minha alma à ciência».
IMAG.70
27OUT1923-1999
- Alexandre Pinheiro Torres: Escritor português - «Eu
sei como te estimavam, como se divertiam nas tuas prelecções, como
os ensinavas a ler, a escrever e a estudar, como tinham por ti aquela
admiração especial que costumamos reservar aos professores que de
facto mudaram alguma coisa na nossa vida»
(Carlos Ceia - Preito,
excerto). IMAG.237
28OUT1903-1966
- Arthur Evelyn St. John Waugh, aliás Evelyn Waugh: Escritor
britânico - «Se os políticos e os cientistas fossem menos
exuberantes, poderíamos ser todos muito mais felizes».
IMAG.180-395-396
28OUT1943-2010
- João Aguiar: Escritor português - «A minha vida não dava um
livro, e ainda bem. Em compensação, o facto de os meus livros darem
uma vida - boa ou má, não importa para o caso -, esse facto devo-o,
em grande parte, aos momentos de não-glória… E estou-lhes muito
grato»
1920-31OUT1993
- Federico Fellini: Cineasta italiano - «A minha natureza não é
política e, a maior parte das vezes, o discurso ideológico
confunde-me, não o compreendo. Entendo isto como uma fraqueza, como
uma de minhas carências».
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CALENDÁRiO
07-10DEZ2012
- Centro Cultural de Belém apresenta Os
Pássaros - peça original de
André Murraças, baseada no filme de Alfred Hitchcock (1899-1980) e
no conto de Daphne Du Maurier (1907-1989), com André Patrício e
Patrícia Roque.
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VISTORiA

Manuel
Vázquez Montalbán
-
Manifesto do Planeta dos
Macacos (1995 - excerto)
Se
eles se me dirige usando o meu nome por inteiro é porque quer dar
ênfase especial ao que vai fazer. Atenção, pois. Atenção? Neste
momento nem preciso de reler os meus comentários de há dezassete
anos. Sei que perguntei a mim próprio quando é que o Carlos
deixaria de se convencer de que o que escrevera não tinha qualquer
préstimo. Pedia ou não ele insistentemente aos amigos que não lhe
falassem nisso?
Isso, o quê? Aquilo a que ele chamava esse grande equívoco:
a sua obra. «Eu não sou escritor», repetia. «Escritores são
vocês ou eles.» Dizia isto com uma seriedade fria, por detrás da
qual não sabemos se havia a gargalhada, mas de quem se riria ele? De
nós (por certo), dos tais eles (quem seriam?), dele próprio (como
saber?)? Fosse como fosse, era muito difícil conseguir que Carlos de
Oliveira se referisse aos seus livros. Só de longe a longe, quase
envergonhado, aparentemente inseguro, mostrava uma ou outra coisa
inédita a alguns dos seus mais íntimos (Herberto Helder, Gastão
Cruz, Abelaira, Dionísio, Gomes Ferreira, Alzira Seixo, que sei eu?)
e aguardava, ansioso, uma resposta. A situação nunca deixava de me
intimidar quando o Carlos nela me envolvia. Não sabia senão
fazer-lhe um elogio caloroso. Como poderia ser doutra forma?
Resmungava: «Você, afinal, é como os outros.» Levantava-se
bruscamente (passava-se isto sempre em sua casa, que nos cafés é
que ele não lia ou deixava ler nada a ninguém), e tornava-se às
vezes incómodo na obstinação de que o que acabara de mostrar
teria, por força, qualquer defeito, talvez fosse tudo mau (era a
hipótese mais aceitável). Para que diabo lhe servia o amigo se este
lhe escondia a verdade?
Alexandre
Pinheiro Torres
(Em
Memória Fiel de Carlos de Oliveira -
excerto)
Não
podes cometer esse pecado, Solitão. Não hei-de permitir uma traição
tão grande e tão feia.
Estás
à beira da vitória.
Ter
uma vida física liberta de cuidados. Podes saborear o melhor. A
beleza, o conforto, os objectos de arte, as mulheres, a comida, os
vinhos, ah, Solitão, não podes fazer o que estão a pensar fazer,
nunca o permitirei, hei-de quebrar essa decisão e alimentar esse
medo.
João
Aguiar
-
O Navegador Solitário
(1996 - excerto)
BREVIÁRiO
Compact
edita em CD, sob chancela Followspot, Joseph
Haydn
[1732-1809]: 3 Quartetos de
Cordas por Quarteto Lacerda.
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Clube
do Autor edita Ironias do
Destino de Karen Blixen/Isak
Dinesen (1885-1962); tradução de Maria João Freire de Andrade.
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Harmonia
Mundi edita em CD, Mariusz
Kwiecien: Slavic Heroes com
Polish Rádio Symphony Orchestra, sob a direcção de Lucasz
Borowicz.
Teodolito
edita Tirano Banderas de
Ramón del Valle-Inclán (1866-1936); tradução de Carlos da Veiga
Ferreira.
Universal
edita em CD, sob chancela Deutsche Grammophon, Anton Bruckner
[1824-1896]:
Sinfonia Nº 7 por
Staatskapelle Berlin, sob a direcção do pianista Daniel Barenboim.
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Dom
Quixote edita Goodbye Columdus
e Cinco Contos de Philip
Roth; tradução de Francisco Agarez.
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PARLATÓRiO
Nunca
percebi como dois homens podem juntar-se para escrever um livro. Para
mim, é como precisar de três pessoas para produzir um filho.
Evelyn
Waugh
A
minha arte não é um mero exercício ou um jogo literário. Quando
decido pintar um quadro, pretendo que o resultado seja criativamente
organizado. Ou seja, trabalho com seriedade, calculando, por exemplo,
a proporção adequada das cores. Mais do que a ironia, interessa-me
que a obra seja um todo coerente.
Roy
Lichtenstein (1983)
Tenho
conseguido não ser um escritor comercial, recuso-me a fazer uma
escrita comercial… Preciso muito de vender livros, vivo disso, mas
não faço essa concessão…
Temos
edições a mais para o público que temos, isso é certo. E eu
pergunto-me muitas vezes que interesse tem a publicação de certos
livros e para que fazem as editoras esse esforço. Também temos
problemas ao nível da distribuição. Mas na produção literária,
em definitivo não estamos em crise, temos bons escritores.
João
Aguiar
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