PRONTUÁRiO
TESTEMUNHOS
Uma
das alternativas mais aliciantes e populares, em quadradinhos, a
vertente histórica - com características de reflexão ou testemunho
- conjuga a expectativa de editores e criadores, ao interesse das
instituições e dos leitores de todas as idades.
Tendo-se especializado, pelos últimos anos, na revisão de circunstâncias do passado, recente ou remoto, através do perfil dos seus eventuais protagonistas, ou das ocorrências mais relevantes, José Ruy concretiza outras propostas de revitalização, em incidências culturais, políticas, e em primordiais implicações comunitárias: eis Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos - um lançamento da Âncora Editora - evocação assumida e personificada sobre a vida e a obra do grande filósofo e pedagogo (1883-1936), cujas ideias e «inflamados discursos fizeram história e, ainda hoje, os seus pensamentos são actuais e dão resposta a interrogações e anseios do saber» - como destaca Inácio Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras. Ilustrando, solidário, o depoimento intelectual, os desafios singulares e os ideais colectivos, como artista talentoso, versátil, em afecto também pelo homem afável, generoso, José Ruy é - sobretudo - um autor português que, através dos quadradinhos, delineou o carácter com que nos posicionamos, na realidade. Inspirando o melhor da fantasia, na qual perspectivamos uma sociedade mais justa.
Tendo-se especializado, pelos últimos anos, na revisão de circunstâncias do passado, recente ou remoto, através do perfil dos seus eventuais protagonistas, ou das ocorrências mais relevantes, José Ruy concretiza outras propostas de revitalização, em incidências culturais, políticas, e em primordiais implicações comunitárias: eis Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos - um lançamento da Âncora Editora - evocação assumida e personificada sobre a vida e a obra do grande filósofo e pedagogo (1883-1936), cujas ideias e «inflamados discursos fizeram história e, ainda hoje, os seus pensamentos são actuais e dão resposta a interrogações e anseios do saber» - como destaca Inácio Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras. Ilustrando, solidário, o depoimento intelectual, os desafios singulares e os ideais colectivos, como artista talentoso, versátil, em afecto também pelo homem afável, generoso, José Ruy é - sobretudo - um autor português que, através dos quadradinhos, delineou o carácter com que nos posicionamos, na realidade. Inspirando o melhor da fantasia, na qual perspectivamos uma sociedade mais justa.
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MEMÓRiA
10JAN922-1989
- João de Freitas Branco: Musicólogo e matemático português,
autor de História da Música
Portuguesa (1959), filho de
Luís de Freitas Branco - «Foi, sem dúvida, o grande educador
musical dos portugueses» (Jorge Calado).
27OUT1782-1840
- Niccolò Paganini: Compositor e violinista italiano - «Isto é que
é um homem! Isto é que é um violino! Isto é que é um artista!
Céus! Que sofrimentos, que miséria, que tortura nestas quatro
cordas!» (Franz Liszt). IMAG.92
30OUT1932-1995
- Louis Malle: Realizador, argumentista e produtor francês, do
cinema internacional - «Nos meus filmes, interesso-me por
personagens que se encontram numa situação em que contende algo de
superior, acabando por desviá-las do seu caminho».
31OUT1632-1675
- Johannes van der Vermeer: Pintor holandês, mestre em ambientes de
interior e no tratamento da luz, viveu sempre na cidade natal, cujas
Vistas de Delft
era considerado «o quadro mais belo do mundo» por Marcel Proust.
31OUT1902-1987
- Carlos Drummond de Andrade: Poeta e contista brasileiro - «Eterno
é tudo aquilo que dura uma fracção de segundo, mas com tamanha
intensidade que se petrifica». IMAG.79-384
NOTICIÁRiO
Reforma
Os
carrascos franceses que foram reformados e passados à classe
inactiva, são 80.
03MAR1872
- Diário de Notícias
VISTORiA
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos
Drummond de Andrade
ANTIQUÁRiO

OUT1872
- Neste mês, o Porto exporta 2.478.453 litros de vinho, no valor de
721:739$500 réis.
COMENTÁRiO

Só
o homem pensa e conhece a Morte. Ou porque seja, com Scheler, o único
animal que objectiva, dizendo eu e o Mundo; ou porque, com Heidegger,
viva um tempo primordial onde o passado se acusa no presente e onde o
futuro se abre à projecção da sua angústia.
Heidegger
encontra, com efeito, na existência humana perdida no mundo e na
existência humana reencontrando-se, os caracteres fenomenológicos
da existência. A fenomenologia da existência é, para ele, a
ontologia da realidade. Existência, que se encontra na existência
humana, pois que nenhuma existência há que não esteja nesta
envolvida - ele o conclui por um renovo do argumento ontológico de
Santo Anselmo. O primeiro carácter dá a inquietação, o mal-estar
e o medo, que o homem banal adormece na uniformidade do mal de todo o
Mundo. O segundo carácter dá a angústia perante o desamparo da sua
existência finita e humilhada. Esta angústia é, sobretudo, a
angústia perante a Morte, temporalização primordial, em que o
passado e o presente se englobam num verdadeiro futuro.
Leonardo
Coimbra
-
O Homem às Mãos Com o
Destino (1936)
Satânico
é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de
apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo
que me fizeste ontem. A noite era quente e calma e eu estava em minha
cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo
sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha
aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem
escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci. Hoje quando
acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. Deixaste em
meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu
durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama
te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força.
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só
descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo. Só assim,
livrar-me-ei de ti, mosquito Filho da Puta!
Carlos
Drummond de Andrade
CALENDÁRiO
1936-17JAN2012
- Carlos Pujol: Escritor e editor espanhol, membro permanente do júri
do Prémio Planeta - «Erudito, culto, afável… Era um grande homem
de letras, universalmente respeitado e apreciado por todos» (José
Manuel Lara).
18JAN-25FEV2012
- Em Lisboa, no Teatro da Politécnica, Artistas Unidos apresenta
Dias de Vinho e Rosas de
Owen McCafferty; com Maria João Falcão e Rúben Gomes.
26JAN-15ABR2012
- Em Lisboa, Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva expõe, em
colaboração com CAM/Fundação Calouste Gulbenkian, Amigos
de Paris: Lourdes Castro, René Bertholo, José Escada, Jorge
Martins.
IMAG.42-45-63-93-202-294-333-341
27JAN-04MAR2012
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I expõe
Artefactos Importantes e
Objectos Pessoais da Coleção de Lenore Doolan e Harold Morris,
Incluindo Livros, Roupa e Acessórios.
BREVIÁRiO
VGM
edita em CD, sob chancela Alpha, Johann Sebastian
Bach
[1685-1750]:
Concerts
Avec Plusieurs Instruments (Vol. I a VI) - Intégrale por
Café Zimmermann.
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Presença
edita Reflexos Num Olho
Dourado de Carson McCullers
(1917-1967); tradução de Marta Mendonça. IMAG.317
Guimarães edita América, América de Jorge de Sena (1919-1978).
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EXTRAORDINÁRiO
OS
ALTERNATIVOS - Folhetim Aperiódico
QUANDO
A NOITE ESTÁ PARADA VÃO-SE OS VENTOS DE MUDANÇA
- 3
Ostensivamente,
Olavo acariciou a rosa que levava na lapela. Depois, travou o passo,
virando-se estreitamente para Silvina:
- Talvez
seja assim...
divagou, galanteador.
Sim, a Primavera é também como uma mulher, que dá vida às coisas
e regenera a nossa própria existência. Mas, considere, Silvina, no
resto do tempo há, também, momentos inclementes ou escaldantes. Tal
como os homens não são todos iguais!
– Continua
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