PRONTUÁRiO
CLÁSSICOS
Em
banda desenhada, é um paradoxo supor que os heróis morrem, com os
seus autores. O sortilégio que os consagrou ao tempo da aventura,
mantém-se incólume na nostalgia dos leitores. E mesmo graças à
reedição dos clássicos, as novas gerações são tocadas por tal
fascínio. É este culto permanente, sucessivo, que os torna imortais
- e, de alguma forma, também os respectivos criadores. Precário
ilustrador de Flash Gordon,
durante uma Europa em guerra, Edgar
Pierre Jacobs (1904-1987)
recriaria em 1943 - a partir dessa prova de talento e prestígio, sob
proposta do magazine Bravo! -
uma obra original, com sugestões d’O
Mundo Perdido de Arthur Conan
Doyle, e empolgante inspiração para As
Aventuras de Blake e Mortimer.
Eis O Raio U
- uma saga de referência e
paixão, entre nós, relançada pela revista Tintin
e, a partir de 1974, apresentada em álbum. Afinal, tal edição foi
restaurada em 1991, pelo Studio E.P. Jacobs, e ressurgiu em colorido
deslumbrante. Simbolicamente empolgador, ainda revirtualizado em
termos plásticos e narrativos, com a inclusão de pranchas e
elementos gráficos inéditos na versão anterior, O
Raio U / Le Rayon U honra a
escola franco-belga.
IMAG.10-66-119-218-245-281-348-427-451-460
MEMÓRiA
16OUT1854-1900
- Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde, aliás Oscar Wilde:
Escritor inglês, de origem irlandesa - «Os piores senhores eram os
que se mostravam mais bondosos para com seus escravos, pois assim
impediam que o horror do sistema fosse percebido pelos que o sofriam,
e compreendido pelos que o contemplavam». IMAG.
14-61-204-256-277-301-396
1852-17OUT1934
- Santiago Ramón y Cajal: Médico e histologista espanhol,
distinguido com o Nobel de Fisiologia/Medicina (1906) - «Existem
três espécies de ingratos: os que se silenciam diante do favor, os
que o cobram e os que se vingam». IMAG.369
18OUT1944-2011
- Sérgio Justo Camacho Borges, aliás Sérgio Borges: Cantor
português, vocalista e fundador do Conjunto Académico João Paulo,
distinguido com o Prémio Imprensa (1966). IMAG.388
20OUT1854-1891
- Jean-Nicolas Arthur Rimbaud, aliás Arthur Rimbaud: Poeta francês
- «Creio que existem muitos Rimbauds neste mundo, e que o seu número
aumentará com o tempo. O tipo Rimbaud
tomará o lugar, nos próximos tempos, do tipo Hamlet
e do tipo Fausto.
Até que o velho mundo morra de vez, o indivíduo anormal
será cada vez mais a norma. O novo homem chegará, quando cessar a
guerra e o colectivo entre o indivíduo. Veremos então o tipo Homem,
em sua plenitude e esplendor» (Henry Miller).IMAG.15-52-103-346
21OUT1914-2010
- Martin Gardner: Matemático norte-americano, escritor e divulgador
científico, especialista em Lewis Carroll - «Pensando bem, existe
uma diferença entre algo e nada, mas que é puramente geométrica…
Ora, por detrás da geometria, não há nada». IMAG.305
1932-21OUT1984
- François Roland Truffaut, aliás François Truffaut: Cineasta
francês da Nouvelle Vague,
realizador, argumentista, produtor, actor, crítico - «Em minha
opinião, o cinema de amanhã será ainda mais pessoal do que uma
novela autobiográfica... Será um tipo de confissão, ou uma espécie
de diário».
IMAG.31-40-48-58-71-112-147-155-163-179-191-234-238-283-288-312-327-351-354-357-381-384-386-429
1890-22OUT1954
- José Oswald de Sousa Andrade, aliás Oswald de Andrade: Escritor
brasileiro, ligado ao modernismo - «Como poucos, eu conheci as lutas
e as tempestades. Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela
briguei». IMAG.258
CALENDÁRiO
1932-23SET2013
- Christopher John Koch, aliás C.J. Koch: Ficcionista australiano,
autor de The Year of Living
Dangerously (1978) -
«Detalhou, com sensualidade, muitas das suas obras em que,
frequentemente, explora a relação entre a ilusão e a realidade»
(Encyclopædia Britannica).
03OUT2013
- Medeia Filmes estreia Mahjong
de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata; com Anne Pham e
Fernando Vhou. IMAG.68-165-272-456
03OUT-31OUT2013
- Em Lisboa, Biblioteca Nacional expõe 60
Anos da História de Portugal Em Cromos;
organização de Leonardo De Sá e João Manuel Mimoso.
VISTORiA
O
Mestre

E
José, que possuía grandes virtudes, disse ao jovem que se
encontrava nu e chorava:
– Não
me admira que o teu sentimento seja tão grande, porque, realmente,
Ele foi um homem justo.
E
o jovem respondeu:
– Não
é por Ele que choro, mas por mim mesmo. Eu também mudei a água em
vinho, curei o leproso e restituí a vista ao cego. Andei sobre as
águas e, das profundezas dos sepulcros, expulsei os demónios.
Alimentei os famintos no deserto onde não havia comida; ergui os
mortos dos leitos exíguos e, à minha ordem, diante de imensa
multidão, uma figueira seca novamente frutificou. Tudo que esse
homem realizou eu também concretizei e, todavia, não me
crucificaram.
Oscar
Wilde
-
Poemas Em Prosa e Salomé
Canção
da Torre Mais Alta
Ociosa
juventude
De
tudo pervertida
Por
minha virtude
Eu
perdi a vida.
Ah!
Que venha a hora
Que
as almas enamora.
Eu
disse a mim: cessa,
Que
eu não te veja:
Nenhuma
promessa
De
rara beleza.
E
vá sem martírio
Ao
doce exílio.
Foi
tão longa a espera
Que
eu não olvido.
O
terror, fera,
Aos
céus dedico.
E
uma sede estranha
Corrói-me
as entranhas.
Assim
os prados
Vastos,
floridos
De
mirra e nardo
Vão
esquecidos
Na
viagem tosca
De
cem feias moscas.
Ah!
A viuvagem
Sem
quem as ame
Só
têm a imagem
Da
Notre-Dame!
Será
a prece pia
À
Virgem Maria?
Ociosa
juventude
De
tudo pervertida
Por
minha virtude
Eu
perdi a vida.
Ah!
Que venha a hora
Que
as almas enamora!
Arthur
Rimbaud
(Tradução
de Cláudio Daniel)
Canto
de Regresso à Pátria
Minha
terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Oswald
de Andrade
GALERiA
História
de Portugal Em Cromos

O
seu ilustrador é Carlos Alberto Santos, hoje um reputado pintor
especializado em temas históricos, estando representado em colecções
privadas e museus em Portugal e no estrangeiro. Nascido em 1933,
começou o seu percurso artístico muito jovem como desenhador.
Em 1953, após três anos de trabalho, completou a História
de Portugal para a Agência
Portuguesa de Revistas. A publicação constituiu o maior
êxito da conhecida editora no campo do cromo, e tem hoje um
estatuto mítico nas memórias dos que a coleccionaram durante os 20
anos em que foi vendida.
A
mostra é organizada por Leonardo De Sá, perito em banda desenhada e
ilustração, e João Manuel Mimoso, coleccionador de cadernetas de
cromos.
PARLATÓRiO
Se
Deus pode criar um mundo de partículas e de ondas, que se agitam em
obediência às leis da matemática e da física… Quem somos nós
para dizer que Ele não pode fazer uso dessas mesmas leis, para
cobrir a superfície de um pequeno planeta com criaturas vivas?
Martin
Gardner
BREVIÁRiO
Assírio
& Alvim edita Servidões
de Herberto Helder.
IMAG.221-440
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